sexta-feira, 2 de maio de 2014

ALAGADOS DO MOCAMBO CORREM RISCO DE FICAR SEM MORADIAS EM PORTO VELHO.

"se não pagam nem os 180,00 de ajuda na alimentação, quem dirá 400,00 para aluguel..."

Hoje é dia 1 de Maio, dia do Trabalhador, da Trabalhadora. Para fazer jus ao dia fui a campo conhecer mais de perto a realidade dos alagados do Bairro Mucambo, em Porto Velho, onde no dia de ontem sofreram uma tentativa de derrubada dos barracos alagados, por parte da Prefeitura de Porto Velho.
Fotografei vários pontos, mas de modo particular fiz dialogo e fotografei uma família que desmontava parte das casas da família numerosa na rua Jacy-Paraná, no Bairro Mucambo.
Sr. Manoel Seixas Queiroz, dona Dulcinéia Rodrigues Queiroz e seu filho Odinéle se dispuseram a narrar o momento que vivem.
Sr. Manoel relatou que tem ciência que moravam numa área de risco, mas que foi a única saída que teve para ter um teto, mas que ali já habitava a mais de 20 anos, onde criou toda a família e por onde esta se multiplicou. Suas filhas Doriane, Adriane, Adriana, Marcicleide todas moram ao redor da casa dos pais com filhos que somam 16 netos.
Ele e a esposa moram num pequeno sítio na Comunidade Niterói abaixo da ponte na margem esquerda do rio e que perderam tudo que tinham dentro de casa com a alagação no sítio e na cidade. Acusam que a demora da Defesa Civil em deslocar efetivo pessoal para promover o transporte das coisas provocou essas perdas. Dona Dulcinéia pergunta: "quem vai pagar nossos móveis, porque viemos salvar as coisas da cidade pra levar pro sítio e ai demoraram pra retirar e ai alagou aqui e lá...quem vai nos indenizar, porque quando eles chegaram já tava tudo alagado e ainda o que sobrou como os colchões ao ser retirado de baixo de chuva também se perderam...um grande prejuizo".
Sr. Manoel é categórico ao afirmar que: "eles estão negando nosso direito à moradia...na reunião com a Defensoria Pública foi confirmado nosso direito. Nós sabemos que temos que sair daqui, mas eles só fizeram o meu cadastro e não os das minhas filhas; se somos 5 famílias com cerca de 21 pessoas uma casa só não dá".
Sobre a ajuda financeira às famílias que estão no abrigo na igreja Nossa Senhora de Fátima ele afirma que se não fosse pelo padre todos estariam na miséria total, porque a prefeitura promete e não cumpre; nem a ajuda de 180,00 eles estão repassando e ainda temos que enfrentar fila desde as 5 da manhã pra tentar receber o beneficio que pra nós não dá nem pro pão pela quantidade de pessoa, ainda mais pra comer; não temos água potável, só água torneiral e quando chegou uns frangos levados pela Prefeitura estava apodrecendo já. E a Defensoria falou que se o padre mandar a gente embora de lá ai eles vão cobrar da Prefeitura o pagamento de 400,00 para o aluguel.
Questionado sobre a atitude de embargar a derrubada das casas no dia 30 ele afirmou categoricamente: "nossa resistência é em não vamos deixar eles desmanchar nossas casas até que não façam cadastro de todos os moradores que tem casa aqui, como é o nosso caso e de muitos aqui..."









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